domingo, 20 de fevereiro de 2011

O Zero Não é Vazio


“O zero deveria ter um pontinho no centro para mostrar que não é vazio”. O documentário de Andrea Menezes e Marcelo Masagão lançado em 2005 dá voz àqueles que geralmente não são ouvidos, pessoas com um quadro clínico psicótico que apresentam a escrita compulsiva como conseqüência.
              
            A idéia inicial dos diretores era desmarginalizar a escrita de pessoas que sofrem de distúrbios psiquiátricos. Talvez o “zero” do título refira-se exatamente à anulação da palavra do “ louco”, que por ser considerada produto de devaneios é automaticamente descartada. Esse pré-conceito pode ser a justificativa para o fato de que na montagem foi omitido o quadro clínico das personagens. Apesar de perceptível não é evidenciado.

A abordagem de temas é feita de acordo com “as peles de Hundertwasser”, artista austríaco que enxerga a condição do homem no mundo através de cinco peles: a epiderme, o vestuário, a casa, o meio ambiente onde vive (o eu e o outro) e a pele planetária ou crosta terrestre onde todos vivemos (o universo).

Através de Gregório,Tatiana, Orlando, Condicionado, Léo e Arthuro, o documentário mostra tanto pelas imagens quanto pela fala das personagens e da "voz de deus" (ou deusa, já que é feminina) que o zero de fato não é vazio, mas sim, repleto de poesia.

“Aqui estou,
Enclausurado às liberdades que me permiti.
Às liberdades que me permitiram
Que eu me permitisse.
Às liberdades que permiti
Que permitissem que eu me permitisse
Eu e minha sombra,
Enclausurada em mim,
Que estou enclausurado nela.

Eu e ela.

Que não cheira, não fede,
Não fica alegre nem triste, não tem lapsos
Não vê a lua cheia, nem fura os próprios olhos
Com alfinetes de ouro,
Não ama, nem deseja
Não sente sabor, nem temor,
Ela que um dia irá confundir-se
Com a grande sombra universal,
Minha sombra, tão parecida com nada,
E eu.”
                  Léo

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Black Mountain

 

A banda canadense Black Mountain é parte do projeto Black Moutain Army, um grupo de artistas de Vancouver que se reúne em prol da criatividade.

Composta por Stephen McBean (vocal e guitarra), Jeremy Schmidt (teclado), Amber Webber(vocal), Joshua Wells (bateria) e Matt Camirand (baixo), a banda tem três discos lançados e uma sonoridade que remete à psicodelia das décadas de 1960 e 1970, e ao stoner rock do final da década de 1980 e início da década de 1990.

O Black Mountain veio ao Brasil em novembro de 2008 para os festivais Goiânia Noise e SP Noise. Vale a pena ouvir!

  • Set Us Free , Black Mountain (2005)





  • Stormy High , In The Future (2008)





  • The Hair Song, do álbum mais recente Wilderness Heart (2010)

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Samir Mesquita


Samir Mesquita se define como "um cara de poucas palavras” e pelo menos na literatura sua auto-definição se confirma. O escritor de 27 anos é um dos expoentes do microconto, gênero que se utiliza de poucas palavras para contar histórias. Possui dois livros lançados de maneira independente e em formatos nada convencionais.

Seu primeiro livro, Dois Palitos, já traz no título todo o conceito de sua literatura e forma.São vários microcontos de até 50 letras que vem em caixinhas de palitos de fósforo.

O seu novo projeto intitulado 18:30 teve inspiração no trânsito. É composto por uma instalação exposta num Sesc no interior de São Paulo e um livro-objeto, que é comercializado de uma forma bastante criativa: Um livro por um livro, Samir troca seu livro por um livro que gostaria de ter. Vale a pena conferir  a lista de livros no site



18:30


sábado, 5 de fevereiro de 2011

Antimatter



O Antimatter teve início no final da década de 90 e foi originalmente formado pelo ex- baixista do Anathema Duncan Patterson e pelo o cantor e compositor, também inglês, Mick Moss. A parceria rendeu três álbuns : Saviour(2001),Lights Out (2003) e Planetary Confinement (2005). Nesses álbuns cada músico contribuiu com um certo número de faixas , sendo que as de Patterson são sempre mais eletrônicas e as de Moss, mais acústicas.

Os dois primeiros seguem uma linha mais “atmosférica” , algo entre o trip-hop e o rock alternativo, enquanto Planetary Confinement apresenta canções de caráter mais acústico.

Na maioria das faixas de Saviour as vozes são das vocalistas convidadas Michelle Richfield  e Hayley Windsor, apenas em duas músicas é Mick Moss quem assume os vocais. A participação do músico como vocalista se dá de maneira gradual; no segundo álbum, Lights Out, ele canta uma quantidade maior de músicas ( a maioria das suas e metade das de Patterson), e em Planetary Confinement canta todas as suas.

Em 2007 Duncan deixa a banda para se dedicar ao seu projeto solo Íon, e Moss lança o Leaving Eden. O álbum mantém a linha acústica do anterior, porém com a participação do guitarrista e vocalista do Anathema Danny Cavanagh.

Em 2009 é lançado o Live@An Club, pelo selo do próprio Moss, Music In Stone.
     
           O álbum mais recente é uma compilação composta por dois discos chamada Alternative Matter, e vem como comemoração do aniversário de 10 anos, com versões alternativas das músicas e demos.
                 
            Em novembro desse ano será lançado o quinto álbum de estúdio, Wide Awake In The Concrete Asylum , e em 2012, o projeto solo de Mick Moss, The Judas Table.